18 junho 2014

Ao homem que nunca vi...


Pensei em mil formas de começar esse texto. E como o tempo que se perdeu em momentos, eu simplesmente não sei onde e quando começou...

Tudo que li e reli sobre sonhos, tanto do ponto de vista de Freud e de outros psicanalistas quanto de místicos e pessoas que fazem previsões por eles, nunca me explicaram o que acontece em três sonhos meus. Eles são repetitivos constantes e eu não sei quando começaram. Mas sei que nunca tem fim...

Quando criança eu pensava que pesadelos eram como um castigo que Deus impunha para me perturbar. Eu cresci e meu conceito sobre Deus mudou, mas o quanto pesadelos me perturbam, não. E há épocas em que eles me atormentam constantemente, todas as noites...

Da primeira vez que sonhei com o homem sem rosto eu não sei. Na verdade ele tinha um rosto. Mas era a única coisa que eu não me lembrava ao acordar. Eu via as pedras, o mar com muita nitidez, eu sentia o cheiro e o gosto da maresia e eu via ele com toda a perfeição. Lembrava da lente do óculos dele cegando o meu e eu sorria pra ele... eu nunca verei esse rosto- pensei desanimada um dia- então ele ganhou forma e nome e todos os meus sonhos passaram a ser ele!

Só que ele estava a um oceano de distância... 

No começo os planos eram bons e a vontade de se ver e entender era grande. Mas minha curiosidade era maior que meu sentimento. E aos poucos tudo foi se transformando. Só que o mundo dá voltas e nem todas elas são legais. 

Não é apenas a distância que nos separa, é idade, comprometimento, cultura, filhos... por mais curiosa e apaixonada que eu esteja por alguém eu nunca colocaria essas coisas acima dos meus filhos. Não que ele tenha pedido que eu o fizesse, mas eu jamais deixaria de perceber a loucura da situação e por mais louca que eu pareça eu não sou tanto... Mas eu descobri algo que me magoou imensamente. Eu não perdi somente alguém com quem eu sonhava. 

Eu perdi minha alma gêmea. Não sei o conceito que as pessoas acham de alma gêmea, mas sei que ela deve ser a pessoa que te completa. A pessoa que quando some te deixa faltando um pedaço insubstituível... Eu percebi que almas gêmeas são tão preciosas que só temos a chance de tê-las uma vez...

Depois do ultimo adeus, doeu. Continuou doendo meses a fio e por fim e quando eu achei que a dor nunca fosse parar, um simples oi e ela parou. Cessou totalmente. Mesmo que ele nunca responda... mesmo que nossos caminhos nunca se cruzem... ainda assim eu sei que essa dor... bem só ele cura. Mesmo que apenas por um oi. Não se perca em seu caminho. Eu nunca o vi... e sei que mesmo se um dia eu o visse. E ele só me desse um sorriso como o do sonho... nada mais importaria. Não deixe sua alma gêmea partir. Se você a encontrou... agarre-a. Ela é única.


17 junho 2014

Somos o país da bola




Em época de copa do mundo, esta por sinal muito especial, pois acontece em nossa casa, nada melhor que rever essa história de que o Brasil é  o país da copa. E pensando bem, não é que é mesmo?

Todos são comentaristas. Advogados, professores, religiosos, todos comentando sobre os jogos da Copa, uns elogiando o grande gigante baixinho Messi, outros babando pelos jogadores da Itália e uns morrendo de medo da França. Quem será que tem razão nesta história toda?

No linguajar, já viu país que usa mais expressões futebolísticas para dizer que o pensa?

Pessoa bonita: “fulano(a) bate um bolão.”
Pessoa feia: “bola fora”.
Quando a pessoa erra em alguma coisa: "Pow! Que bola fora!"
Dependendo do erro: "É pênalti!"
Outro: Bateu na trave. Quantas vezes não usamos “Trave” pra dizer que a
coisa não aconteceu como prevíamos?
Quando alguém manda muito bem em algo: “Fez um golaço”. Ou voltamos ao “bateu um bolão”.
Quando alguém erra: “pisou na bola
Quando alguém pisa na bola leva “cartão vermelho
Se há o interesse em alguém: “Será que vai rolar?

É o esporte que os brasileiros mais praticam, todo e qualquer terreno baldio pode virar um campinho de futebol.

Várias vezes homenageamos a gordinha por meio da música, Skank – “É uma partida de futebol” é fabulosa. “Quem não sonhou em ser um jogador de futebol?” E não é que o Samuel tem razão?





E esta é o clássico dos clássicos:





O brasileiro gosta de futebol, curte futebol e muitos respiram futebol. É uma paixão tão nacional que em dias de São Paulo x Corinthians ou de Flamengo x Vasco quase que se tem feriado no país.  E mesmo se você não seja um apaixonado pelo futebol, deve estar sofrendo com esta copa. 

Quanto as manifestações contra a copa? “Não vai ter copa!”, virou um mote! A verdade é que as pessoas estão manifestando contra o governo e demonstram suas opiniões contra o que acham que este praticou de errado. Não exatamente contra o esporte nacional.

Eis o país do futebol, giramos e pensamos em torno da redonda que corre pelos gramados brasileiros e sempre esperamos bater um bolão em algumas situações e que outros não venham a bater na trave de nossas vidas.

Afinal, vestir a camisa do seu time é fabuloso, mas vê-lo ganhar não tem preço: Bola pra frente Brasil, porque temos ainda alguns jogos pra ganhar essa Copa!


11 junho 2014

Viúva negra, a cor da semana


Tenho uns cem esmaltes, cada um mais divertido que o outro. Hoje olhei para o vidrinho da Risqué, viúva negra, e pensei, por que não? 



Combinei com o Aretha da granado e o resultado foi essa belezura, um vermelho intenso, sangue vivo em minhas mãos.



Não dá pra esconder que amei a ideia, afinal, o vermelho é a cor predominante em minhas mãos.



Quer testar? É possível combiná-lo com vários outros tons e marcas de esmalte.



São lindos demais.















10 junho 2014

Estilo consciente.

     Nós meninas sempre gostamos de andar bem vestidas, com roupas e acessórios na moda. E melhor ainda quando podemos fazer isso de forma consciente, não é mesmo? Aqui vão duas marcas (gringas, para o nosso desgosto) que nos mantem sempre lindas e revertendo o fundo para a ajuda humanitária. Vamos a elas?


     Criada em 2006 por Blake Mycoskie, a TOMS tem por lema “One for One” (Um por Um). A cada par de sapato vendido, um outro é doado para crianças pobres na Argentina. Segundo Blake um novo par de calçados garante saúde, auto estima e estudos para um criança, que caso contrário deixaria de frequentar a escola por vergonha. Como a iniciativa deu muito certo – atualmente eles já doaram mais de 10 milhões de pares de sapatos – em 2011 eles passaram a vender óculos e a cada unidade vendida outro é doado para pessoas com deficiência visual.



    Em dezembro de 2010 o fundador da Jatalo, Aditya Viswanathan, estava visitando parentes na Índia quando, ao conversar com crianças de uma escola, descobriu que boa parte delas não tinham condições de comprar materiais e por isso não frequentavam as aulas. Foi então que nasceu a Jatalo, uma empresa que fabrica – lindas! – mochilas, e a cada uma delas que é vendida, um ano de material escolar é doado a crianças em necessidade em todo o mundo. 

Cool, hu? Bjim da Giuh ;*

08 junho 2014

Malévola, simplesmente adorei!


Acabei de assistir Malévola, o novo filme da Disney com Angelina Jolie. A história segue o roteiro da Bela Adormecida, porém conta a versão do ponto de vista da vilã, uma das mais odiadas da história. 



Aurora é amaldiçoada e aos 16 anos furará o dedo numa roca e entrará em um sono profundo. Mas por que Malévola faz isto? O que há por trás de tanto ódio? Apenas o desejo de ser má?


A trama é excelente, com uma narrativa simples, mas muito bem elaborada, com cenas excelentes e qualidade superior.  Pelos efeitos especiai, algumas cenas são de tirar o fôlego.

Um filme infantil, suave, onde mostra que todos temos uma história, que ela vale a pena ser contada e onde a maior história que temos é que a família vale a pena: ouro, tesouros, reinos não são tão especiais quanto a família.

Recomendo assistir também pela cenografia que arrebenta, os cenários são maravilhosos. 

Bem como pelo figurino e maquiagem, mesmo com chifres e um rosto mais anguloso, Angelina está linda como sempre.







01 junho 2014

Boca fechada não resultada em nota baixa

A vida estava chata, trabalho casa, casa trabalho.
Nada acontecia, nada era feito, o dia inteiro a mesma coisa.
“Você precisa trabalhar neste texto, preciso dele até 4ª feira que vem!”
“Vamos, corra! Mexa-se! Outras no seu lugar davam conta desse recado e você ai enrolada!”
“Não, você não falou nada, você não fez nada”
Essas e outras eram algumas das coisas que eu ouvia. Já estava de saco cheio do trabalho, do patrão e da vida.
Queria mudar, mas não sabia o que fazer.
E naquela manhã o dia começou feio, nevoeiro, frio – mas muito frio, tipo 12º. Eu de moda cebola, 3 ou 4 roupas para esquentar.
A playlist ligada em Linkin Park no último volume para não notar que o metrô estava cheio demais, mal conseguia segurar no suporte acima da minha cabeça. E ainda ia dançando discretamente, foi quando aconteceu.
O metrô mexeu de forma estranha e lá fui eu pagar o mico da década, cai sentada no colo de um carinha lindo.
Eram pernas emboladas no ferro ao lado, bolsa na cara da mulher do outro lado, meu rosto ao lado do dele, conseguia ver até as pintinhas lindas que tinha na pele branquinha. E minhas bochechas pegando fogo.
Sim, sentada! Vergonha pura, queria morrer.

Mas não é que o gatinho levou na esportiva? – Essa eu não ia perder! Não podia perder mesmo!
- Desculpe, mas cheio demais e eu focada na música, não consegui segurar quando houve o tranco.
- Tranquilo, todos podemos passar por isto um dia na vida. Apesar que eu não quero cair no colo de ninguém. Sente no meu lugar, eu também não quero você caindo no colo de outros por aí.
Fiquei vermelha, abri o melhor sorriso e sentei no lugar dele. Pedi a mochila dele para segurar e comecei a conversar.
Em dez minutos sabia que se chamava Paulo, morava perto da minha casa, trabalhava no mesmo bairro que eu e era analista de sistemas. Pobre de mim, que não entendo nada disto.
Mas ele curtia as mesmas coisas que eu. Foram 15 minutos de viagem e ao final, quando estava saindo da estação, ele pediu meu telefone. Por óbvio que dei.
- Ligo para você, vamos combinar uma pizza, combinado?
- Claro, quando você desejar. – Apertei sua mão e virei para sair. Mas ele não se segurou e rapidamente falou:
- Hei, nada de cair sentada no colo de outro por ai, viu?
Nossa, que vergonha! Teria que aturar isto por mais quanto tempo.
Duas horas depois estava de saco cheio no trabalho, quando abri o Facebook, tinha um pedido de nova amizade. E quem era?
O gatinho do metrô. Estava lindo na foto da capa. Lábios carnudos, óculos, jeans e camisa social, sentado num gramado verde e com várias flores em volta.
O aceitei e passamos a conversar via facebook, no fim do dia estava sabendo tudo que precisava dele, nome, endereço e telefone.
Marcamos a pizza para a noite seguinte. Vida nova em minha vida!
Um frio do cão em São Paulo e eu tentando fazer posse dentro de um vestido de musseline azul, tudo para realçar a cor dos olhos. O casaquinho de lã que eu coloquei por cima não foi suficiente.
No meio da noite tremia de frio e mal conseguia conversar com ele. Queria ficar perto do fogo, queria o calor. Depois de algum tempo comecei a espirrar, tentando não demonstrar nada, mas acabei resfriada.
- Menina, você não tinha um vestido mais quente?
- E menos sensual? Não, obrigada, prefiro este. – Eu ia descer do salto? Nem morta! Era nosso primeiro encontro, não ia perder a oportunidade de seduzi-lo.
Mas perdi, no fim de tudo, não consegui chegar ao fim da noite, tive que ir parar no pronto socorro. Congelada! Quase que literalmente.
Precisei de dois dias inteiros para voltar a ativa. E ele rindo de mim no face ou no telefone. Aquilo me tirou do sério, como assim, me arrumo toda pro cara e ele fica rindo de mim. Pois bem, revidei.
Marquei outro jantar, dessa vez lá em casa. Liguei o aquecedor, fiz um fondue delicioso de queijo e outro de chocolate. Abri uma boa garrafa de vinho.
E o deixei bem a vontade. Vesti jeans e camiseta, nada de vestidos frescos e verão, curti o inverno que fazia lá fora.
O jantar transcorreu tranquilamente, o vinho delicioso o soltou mais do que eu esperava e já que eu estava ali e ele também, por que não?
Começamos a namorar, tudo corria bem e eu super animada. Sozinha a tanto tempo, queria muito alguém pra me fazer feliz.
E eu estava muito feliz naquele momento, foi maravilhoso. Quase perfeito.
- Então, por que você está sozinha sem o carinha criatura? O que deu errado?
Deu errado é que após a noite boa que tivemos ele fez a pergunta mais idiota do mundo:
- E aí, foi bom?
- Claro que sim. Adorei.
- De 10 a zero, quando eu levo? – Na hora lembrei dos jurados das escolas de samba, que passam o desfile inteiro vendo bundas e peitos e falando na terça-feira seguinte: nota 10! Dez! nota dez! Me vi descendo o carro alegórico, com a bunda cheia de purpurina e nua. Justo eu que odeio carnaval. Tinha que perguntar justo pra mim?
- Cinco. – Falei com ar de candura e doçura, na esperança de resolver o assunto e começar o segundo tempo. E falei sem pensar, sem ponderar, sem questionar.
Mas o cara fechou a cara, não gostou nenhum pouquinho da nota. Levantou da cama, vestiu e saiu. Nem tchau deu.
Nunca mais atendeu a ligação e me excluiu do Face. Mas quem mandou perguntar qual nota ele merecia? Eu não sou jurada sexual! Que coisa!
Ai, outro dia ele estava no metrô, entrei e sentei de frente pra ele, era sábado, abri o livro que lia e mergulhei em Kafka e sua barata. Não dei atenção a ele.
Quando ele saiu, colocou um pedaço de papel no meu colo:
- Pra você eu dei nota 10! E gostaria muito de falar com você de novo. Me dá uma nova chance?
Nem me dignei a olhar pro lado dele! Sem chance. Não sou jurada de escola de samba! E muito menos passista pra ser avaliada.
Já pensou? Eu linda, bela e formosa com ele e me vendo de novo em pleno Sambódromo Paulistano nua e cheia de purpurina? Não ia prestar, com certeza não ia prestar mesmo!
E assim, sigo só e mal acompanhada. Por que ele não ficou de boca fechada?