03 novembro 2012

Encontro inesperado

Como não sou senhora de minhas ideias - ao contrário, são elas que me governam e determinam meus passos - a história que era pra ser um minúsculo conto, de alguns meros parágrafos, ganhou vida e virou um conto com 20 pequenos capítulos.

Irei publicar entre 2 ou 3 vezes por semana e espero que vocês possam gostar do que irão ler.
Beijinhos e boa leitura pra vcs!
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Capítulo I


Depois de 30 dias preparando tudo, finalmente chegou o dia da palestra. Estava ansiosa por demais e muito irritada, porque o palestrante resolveu responder ao meu e-mail apenas com um simples ‘OK’!

Isto me matou irritou profundamente, porque eu fiz tantas perguntas, questionei tanta coisa e ao final tive que adivinhar o que o ele  fazia ou poderia querer para aquela palestra. Mas, ela iria acontecer dali algumas horas e tudo sairia bem, tinha fé nisto.

Cheguei ao hotel as 7:15 da manhã, o batalhão de recepcionistas já me esperavam e imediatamente nos colocamos a trabalhar. Tanta coisa pra resolver que consegui me desligar do receio do senhor Alessandro não comparecer.

Dando ordem, colocando as coisas no lugar, às 9 horas tudo estava pronto e à espera dos participantes, que rapidamente começaram a chegar, preencher fichas de inscrição, retirando crachás.

Apesar do sol de 40º graus de janeiro e ser sábado, todos estavam impecáveis, com seus ternos e gravatas, as mulheres (uma minoria absoluta) de terninho. Faziam questão de desfilar pelo salão como se estivessem numa grande festa – todos ali sabiam que tinham que ser vistos e ouvidos para alçar vôos maiores.

E nada do palestrante chegar.

- Quem pensa que é, este tal de Alessandro? O cara que descobriu como viver em Marte? Não atende o telefone, não retorna os recados. Simplesmente ignora uma pessoa, só porque ela precisa dele pra realizar um evento? E assim, eu ia desfilando meu rosário de lamentações...

Quando deu 9:30 destaquei uma recepcionista pra localizar o cara. Ela ficou ligando e deixando recados á ele para todos os números e contatos que eu tinha anotado dele. Mandei ela ficar literalmente grudada ao telefone até ele atender.

Quase 10:15 surge um homem alto, de cabelos loiros cacheados na altura dos ombros, de calça jeans, camiseta pólo e tênis, super chato que queria ser atendido somente por mim.

Mandei a recepcionista mais próxima a ele o atender e fui resolver outras coisas – o contratante pelo serviço, já tinha avisado que o palestrante viria, mas que iria se atrasar e que eu podia ficar tranqüila, logo, comecei a pensar no almoço e no serviço que o hotel iria prestar.

Mas o ‘novo’ visitante era mesmo chato, era comigo que ele queria falar. Não satisfeito por eu deixá-lo falando com a recepcionista, vira pra mim e começa:

- Dou you speak English?
- Parlez-vous français?
- Habla usted español?
- si parla italiano?

- Sorry, but I only speak Portuguese… ok? O melhor foi a resposta dele pra mim. Com o sorriso mais estonteante que já vi, que ia até o profundo mar azul dos olhos dele, me disse:

- Finalmente consegui sua atenção. Eu sou o palestrante. O “cara” chato que não atende o telefone.

Calminha aí? Muita calma nesta hora! Tive que olhar pra ele mais 2 vezes. Nada dele combinava com as pessoas que rondavam àquela sala: todos tinham cara de quem vive pro trabalho, todos estavam enfaixados dentro de roupas padrão... enquanto ele... bem ele estava simplesmente divino, lindo de se olhar, de se ver. E quando sorria, nossa! Corria o risco de me perder dentro dos olhos e das covinhas dele.

- Não podia ter falado diretamente com a recepcionista que está á sua frente? Bem, vamos lá, vou te levar para a sala de reunião. Já preencheu a ficha de presença?

- Não. - Falou sorrindo marotamente pra mim.

- Bem, enquanto eu anuncio você e vejo alguns detalhes, preencha a ficha, por favor.

Sai de perto dele cuspindo marimbondos, mais brava comigo do que com ele. Como podia alguém tão arrogante e cheio de si conquistar minha atenção e me fazer pensar em namoro em menos de 10 minutos de conversa? 

Quando voltei da sala de conferência, ouvindo-o falar sobre uma área que não tinha nada haver comigo, me deparei com as recepcionistas reunidas (todas!) em torno de algo que fazia com que elas rissem muito. 

O que me deixou mega curiosa para saber do que se tratava.

Um comentário:

  1. Amei muito e fiquei imaginando cada detalhe que vc escreveu. Continue que queremos acompanhar toda a história.

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