23 novembro 2012

Encontro Inesperado - Capítulo V





Foi a melhor noite que tive em anos, as borboletas que ele tinha colocado em meu estômago durante o jantar, foi retirando uma a uma juntamente com minhas roupas.

Como ele era perfeito na cama! Sentia-me viva depois de tantos anos, foi uma noite maravilhosa. Adormeci nos braços dele e acordei no meio da madrugada com ele dormindo deliciosamente ao meu lado.

Fiquei olhando pra ele e pensando na loucura que eu tinha cometido. Mas que loucura boa! Até a tattoo no braço direito me tinha conquistado. Fazia tempo que não me sentia assim e nem mesmo o vento frio que seguiu o temporal me incomodou.

Enquanto o admirava e pensava nisto, ele acordou me puxou e nos amamos novamente. E assim ficamos até o dia amanhecer, nos amando e conversando.

Quando o dia clareou, saímos pra ver a rua, o carro, e tive a oportunidade de ouvi-lo dizer que a noite tinha sido maravilhosa. Me deu um beijo e prometeu que entraria em contato.

Como não sou de esperar, não me decepcionei quando as horas se tornaram dias, e os dias se tornaram semanas, sem noticias dele.

Via imagens dele no noticiário, sabia que estava vivendo um novo romance, que a palestra da qual ele participou foi fundamental para o lançamento de um novo plano do governo.

Através do diretor da empresa que me contratou naquele dia fiquei sabendo que a história do falecimento do pai dele era verdadeira e que ele iria entrar em ‘guerra’ com uma ala do grupo para manter a hegemonia das empresas.

E eu toquei a vida, me sentia mais viva, mais mulher, mais disposta a realizar meus sonhos, meus desejos.

Voltei a procurar o pessoal da faculdade, cheguei a sair com alguns para tomar um chopp no fim do expediente. E me reaproximei da minha irmã caçula, Ana, minha confidente de longas horas e de todo o processo doloroso que foi meu divórcio. Mas naquela época não tive coragem de contar à ela ou a ninguém o momento mágico que vivi ao lado de Alessandro. Quero somente pra mim aquelas lembranças.

Ele iria me procurar novamente? Dificilmente. Queria guardar em minha memória os bons momentos que vivi ao lado dele, naquelas poucas horas que junto estivemos. Foi mágico, não queria que ninguém viesse a manchar àquele momento.

Cinco semanas depois do nosso encontro. Minha empresa de eventos fechou o lançamento de um novo produto e estava totalmente focada nisto.

Fazia semanas que precisava ocupar minha mente com algo mais produtivo e investi cada milímetro neste empreendimento. E como precisava de mais talões de cheque, fui ao centro da cidade resolver isto e outras coisas que estavam pendentes.

De repente, dentro do banco minha pressão caiu, vi tudo rodar e desmaie. Acordei na sala do gerente, com os paramédicos ao meu lado.

- Foi apenas um susto. Mas a senhora precisa procurar urgentemente um médico e fazer novos exames. Pode ser qualquer coisa, inclusive uma virose mais forte que está rondando a cidade.

Sentei, ouvi o que ele tinha falado e parei pra analisar. O meu problema era falta de alimento. Fazia quase 24 horas que não tinha vontade de comer nada! Já fazia algumas semanas que comer pra mim era um suplício, ora enjoava, ora perdia totalmente o apetite. Decidi seguir a recomendação dele e agendei um horário com minha médica.

Para minha surpresa, eu não tinha uma virose. Eu estava grávida!

- Grávida?! Como assim Dôra? Você acompanhou toda a história do meu casamento, viu a quantidade de exames que fiz, quantas vezes tentei engravidar. E agora você me diz que eu estou grávida?

- Linda, é verdade. O exame de sangue deu positivo. Agora me diga, não é motivo para comemorar? Afinal, você vem tentando há anos ter um filho. Por que o espanto? Seu namorado vai adorar.

- Este é o problema. Foi apenas uma noite. Uma noite mágica e maravilhosa, mas irresponsável. Nem mais tenho contato com ele. Não posso simplesmente procurá-lo e dizer: “hei, se lembra de mim? Pois é vamos ter um filho!” Não, não quero isto pra mim.

- O que você fará? Irá cuidar sozinha?

E naquele momento pensei nos olhos azuis de Alessandro e fiquei imaginando como seria bom ter aqueles olhos a minha volta. E se este bebê tivesse os mesmos cachos do pai seria muito lindo.

- Sim, e por que não? Superei o casamento, superei o golpe que meu ex me deu. Agora tenho uma estabilidade financeira, o apartamento é meu. Vou tocar o meu sonho, o meu projeto de anos de ser mãe e vou cuidar desta criança.


Assim, comecei a preparar tudo para receber o bebê. Mês a mês ia fazer o pré-natal, comprei roupas, brinquedos e móveis. Continuei trabalhando, trabalhava até mais do que antes. Eu fazia tudo para ter condições de criar bem aquela criança que nasceria.

Às vezes via uma ou outra matéria sobre ele na televisão e pensava em ligar pra ele, mas desistia, não queria forçá-lo a nada. No futuro pensaria o que eu iria fazer com relação a isto.

Quando completei 6 meses de gestação, fiquei sabendo o sexo do bebê, uma menininha viria ao mundo – o nome seria Sophia. Eu queria ser mãe, precisava disto.

Neste dia senti uma vontade tão grande de contar ao Alessandro sobre a Sophia que cheguei a parar na porta do prédio dele e cogitei a possibilidade de entrar e pedir pra falar com ele.

Mas girei sobre os calcanhares e resolvi sair dali, ir embora, seguir meu caminho. Tomei a decisão e iria arcar com ela sozinha. Meditando sobre tudo isto, não vi quando alguém tocou meu ombro, somente ouvi a voz dele. E foi um susto, não estava preparada pra que ele me visse assim.

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