20 novembro 2012

Capitulo IV


- Não repare em meu apartamento, ele é pequeno, simples. Mas sei que tenho um bom gosto para decoração.

- Sim, tem mesmo. Mas estou preocupado, preciso dar um jeito de tirar o carro debaixo daquela árvore.

- O telefone fixo não funciona sem energia, o meu celular está sem sinal e o seu?

- Também está sem sinal. Será que tem problemas deixar o carro ali? Eu volto amanha de manhã pra buscar?

- Não acho que seja problemático deixar o carro ali, ele está fechado, você conseguiu acionar o alarme e a rua é sem saída. A única saída a árvore fechou. E quanto a você, por que não dorme aqui? Imagino que não seja tão confortável quanto sua casa, mas com certeza estará ao abrigo da chuva. Este temporal poderá inundar a cidade.

- Se não há problemas pra você, por mim tudo bem.

Fui preparar o quarto de hospedes pra ele dormir, toalha de banho e tudo mais que precisaria para descansar.

Como não havia luz começamos a conversar, deixei a porta do meu quarto aberta em quando me trocava, ouvindo a voz dele. Impossível não sentir a eletricidade entre nós.

A conversa fluía tão facilmente, que pude entender porque era fácil de ser seduzida por ele. Era simples ao falar, ao explicar as coisas, o que pensava... e tudo mais, ao mesmo tempo, era de uma sinceridade, de uma firmeza e de uma inteligência impar.

Sentei diante dele e fiquei olhando através da penumbra que as velas acessas faziam no espaço. De repente o assunto morreu e senti os olhos dele em mim. Parecia que ele queria falar, pedir, algo com aqueles profundos olhos azuis, mas esperava por mim.

Sem avisar, ele parou diante de mim, sentou na mesinha da sala, e nos olhávamos como se fosse a primeira vez que nos víamos. O cheiro dele era delicioso e inebriante. Pensei em dizer algo, mas acabei alisando os lábios com a língua num claro convite para um beijo.

Foi o que bastou! Ele se aproximou de mim, olhando dentro dos meus olhos, analisando minha alma, nos beijamos apaixonada e demoradamente, caímos um nos braços um do outro. Mãos, bocas, pele num encontro que parecia anos que era aguardado. Nossas mãos corriam soltas por nossos corpos, sem medo, sem barreiras. Sentia latente em mim o desejo de ser dele, de dormir nos braços dele e de acordar ao lado dele.

Quando, me beijando fui sendo puxada pro quarto, não conseguia pensar, e sentia que o universo havia parado para assistir ao nosso namoro.

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